E não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o mal contra o seu irmão.


Zacarias 7:10

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O Encontro



Um Brasil mais justo – com menos desigualdade econômica e social e com mais dignidade humana – tem sido o sonho de muitos. Todavia, entre o sonho e a ação existe um grande fosso. Os que defendem ideologicamente um país melhor a partir, principalmente dos mais pobres, nem sempre criam – ou reclamam – alternativas para isto. Um dos caminhos básicos para se alcançar estes ideais, essencialmente cristãos, é o da participação ao invés da omissão. Tiago declarou: quem sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado (Tg 4.17).
Quem não participa, fica refém dos acontecimentos e das conseqüências das ações e decisões de outros. Quem se envolve e participa está atento aos fatos e faz a hora, não espera as coisas acontecerem.
Vários personagens bíblicos ousaram participar e trabalhar em prol da justiça, na perspectiva do Reino de Deus, o que gerou dignidade e bem-estar para outros. Abraão, Moisés, Ester, Paulo, Dorcas foram agentes do Reino e  – considerando-se as diferenças de contexto – fizeram “missão integral”, seguindo a direção de Deus. Um personagem se destaca de maneira singular: José do Egito. Ao invés de se entregar ao próprio infortúnio, José faz uma opção denão omissão. Não se afasta do chamamento divino, antes, participa do projeto de Deus, tornando-se a figura central em seu contexto para produzir justiça e preservar a vida de muita gente que pereceria de fome. Sua participação no projeto de Deus significou a construção de políticas públicas para a promoção da vida e da dignidade humana, a partir de sua família para os povos da terra: um exemplo de diaconia política. “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; Deus, porém, o intentou para o bem, para fazer o que se vê neste dia, isto é, conservar muita gente com vida”(Gn 50.20).
O VI Encontro Renas, a realizar-se na região do Planalto Central onde se discutem os grandes destinos políticos da nação, vai refletir acerca de nossa participação pública para a promoção da justiça, segundo os fundamentos bíblicos da missão integral da igreja.
Diversas pessoas, organizações e igrejas tem feito muita coisa bonita na prática da Missão Integral de Norte a Sul de nosso país e parte significativa dessas ações são compartilhadas nos encontros da RENAS, de maneira que é uma ótima oportunidade de aprendizagem e inspiração. Você, portanto, é muito bem vindo para este encontro de capacitação, comunhão, participação e serviço em prol da justiça do Reino de Deus.
Clemir Fernandes, Débora Fahur e Welinton Pereira
Coordenação do Grupo Gestor da RENAS

sexta-feira, 18 de março de 2011

Quando surgiu o Serviço Social no Brasil?

  •  O Serviço Social surgiu a partir dos anos 1930, quando se iniciou o processo de industrialização e urbanização no país. A emergência da profissão encontra-se relacionada à articulação dos poderes dominantes (burguesia industrial, oligarquias cafeeiras, Igreja Católica e Estado varguista) à época, com o objetivo de controlar as insatisfações populares e frear qualquer possibilidade de avanço do comunismo no país. O ensino de Serviço Social foi reconhecido em 1953 e a profissão foi regulamentada em 1957 com a lei 3252.
  • A profissão manteve um viés conservador, de controle da classe trabalhadora, desde seu surgimento até a década de 1970. Com as lutas contra a ditadura e pelo acesso a melhores condições de vida da classe trabalhadora, no final dos anos 1970 e ao longo dos anos de 1980, o Serviço Social também experimentou novas influências: a partir de então, a profissão vem negando seu histórico de conservadorismo e afirma um projeto profissional comprometido com a democracia e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos (cf., dentre outros, Iamamoto e Carvalho, 1995; Netto, 1996; Pereira, 2008). 

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sandra Rizo: CONSELHO TUTELAR

Sandra Rizo: CONSELHO TUTELAR

Reflexão Ultimato: Mui Bíblica Missão Integral

Todos os seres e instituições existem com um propósito, construtivo ou destrutivo. Chamemos esse objetivo de missão. Muitas vezes, pessoas e instituições se afastam de seu objetivo original, ou o implementam por métodos inadequados ou ilegítimos. O pensador anglicano Michael Greene afirmou: “A Igreja ou é missionária, ou não é Igreja”. Jesus Cristo, se esvaziou, encarnou em uma cultura e uma conjuntura, rompeu barreiras sociais, exortou, realizou sinais e prodígios. Ele é o exemplo para a Igreja: o Messias prometido, que transformou água em vinho e bebeu fel na cruz — da festa ao martírio. Foi ele quem disse: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21b). A Palavra nos mostra o modelo da missão de Cristo, bem como da nossa: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (Mt 4.23). Para o comentarista da Bíblia de Genebra, “ensinar envolvia a comunicação da natureza e propósito do reino de Deus, como é visto no sermão do monte (caps. 4-7) e nas parábolas do reino (cap.13). Pregar era anunciar as boas novas de que o reino de Deus estava próximo, e que seus soberanos propósitos na história estavam sendo finalmente realizados. Curar, bem como ensinar e pregar, era sinal de que o reino já tinha vindo” (Mt 11.5).



Ele recrutou seus discípulos de diversos segmentos sociais e demonstrou que o reino de Deus não se identificava com nenhum dos partidos do seu tempo. O Messias era a Palavra viva, herdeira das palavras de Javé, libertando o seu povo da servidão do Egito, outorgando-lhe a Lei, falando pelos profetas. Na sinagoga de Nazaré, assumiu o seu messiado e a realização da profecia de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18-19). Esse texto não deve ser “espiritualizado”, ou “materializado”, pois nos lembra o ideal de Deus para uma ética social superior, no Ano Sabático e no Ano do Jubileu, a realização plena escatológica (o “ainda não”) e as possibilidades de fazer avançar na história os valores do reino (o “já”).



A missão da Igreja deveria ultrapassar a tentação localista de uma mera seita judaica, e se expandir por todo o mundo. O cristianismo é intrinsecamente expansionista, porque o evangelho deve ser levado “até os confins da terra” (At 1.8). O Espírito Santo no Pentecostes foi derramamento de poder e outorga de dons, para tornar possível o cumprimento dessa missão, que não é opcional, mas imperativa: “Ide”. Foi essa a obediência dos mártires, e a Igreja pagou um preço quando foi coerente, mas envergonhou o seu Senhor em tantos episódios pouco dignos, que, periodicamente, a chama para reforma e avivamento; para coerência e obediência. Evangélicos, continuamos a crer que a prioridade da missão é a evangelização, entendida como “... a apresentação de Jesus Cristo no poder do Espírito Santo, de tal maneira que os homens possam conhecê-lo como Salvador e servi-lo como Senhor, na comunhão da Igreja e na vocação da vida comum”.



Na Idade Contemporânea, o malabarismo mental de teólogos liberais forjou um universalismo salvífico, que descolou o Jesus histórico do Cristo de Deus, e terminou vendo “a face escondida de Cristo atrás dos orixás...”. No final do século 19 e início do século 20, nos Estados Unidos, a missão da Igreja foi dilacerada entre um “evangelho social” e um “evangelho individual”, unilaterais e parcializadores. A missão, tantas vezes atrelada a culturas, impérios e sistemas políticos ou econômicos, foi violentada e empobrecida. Aos extremismos liberal e fundamentalista, o evangelicalismo — com toda a sua história de piedade engajada, de um Wilbeforce ou um Lord Shaftsbury, herdeiro da pré-reforma, da reforma, do puritanismo, do pietismo, do avivalismo e do movimento missionário, com seu conteúdo de uma teologia bíblica e histórica, foi capaz de, principalmente com o Congresso e o Pacto de Lausanne, devolver à Igreja a sua missão recomposta: “o Evangelho todo, para o homem todo e para todos os homens”. É a missão integral, que, na resolução da Conferência de Lambeth, de 1988, dos bispos anglicanos, deve incluir e integrar as dimensões: a) proclamar as boas novas do reino; b) ensinar, batizar e instruir os convertidos; c) responder às necessidades humanas por serviço em amor; d) procurar transformar as estruturas iníquas da sociedade; e) defender a vida e a integridade da criação. Na América Latina destacamos o papel da Fraternidade Teológica Latino-Americana (FTL).



Somente um grande desconhecimento histórico ou uma grande má-fé podem ser responsáveis por se procurar identificar a Teologia da Missão da Igreja, evangélica, com a Teologia da Libertação, de premissas e história liberais. No meio de antigas e novas distorções, reafirmemos a mui bíblica missão integral.


 
Dom Robinson Cavalcanti é bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política – teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo – desafios a uma fé engajada.


Marcia Tanaka de Queiroga

terça-feira, 18 de maio de 2010

AMAR OU COMPRAR? ( Sandra Rizo)

Atualmente está acontecendo uma situação, e que está se tornando a cada mais comum: resolver problemas comprando coisas.


As crianças vêem TV e pressionam os pais para que lhes comprem brinquedos e doces. Pais e mães acreditam que seus filhos serão mais felizes se tiverem mais e mais coisas materiais. E enfrentam essa crise não educando a criança, em geral os pais a satisfazem.

Tal atitude reforça que se pode ter tudo e que as coisas materiais são a razão da felicidade.

Tentam compensar as longas horas ausentes de casa fazendo compras exageradas. E as crianças aprendem a negociar, e se tornam cada vez mais exigentes e consumistas.

E na adolescência? as exigências mudam, pois trocam os brinquedos por aparelhos eletrônicos, celulares, computadores e jogos eletrônicos, e que "devem" ser substituídos assim que surgem novos modelos.

As mesadas se tornam maiores, pois há novas "necessidades" e logo os filhos "desaparecem" de casa, em companhia de amigos, vivem em noitadas intermináveis, com fácil acesso ao álcool, fumo, etc.O passo seguinte é comprar-lhes um carro, um apartamento...

Mas aparece uma pergunta que não quer se calar!!! O que será que esses filhos aprenderam?

Que exemplos receberam? Será que conhecem verdadeiramente seus pais? Estão preparados para amar, para comprar, ter responsabilidades, ser solidários, sabem compartilhar?

E os pais? Será que realmente conhecem seus filhos? Sabem de seus sonhos e aspirações?

Já ouviram suas frustrações e problemas?

E as situações infelizes continuam a ser resolvidas à base de compras.

A ostentação esconde a infelicidade. Falsa é essa felicidade baseada em ter coisas.

Ela estimula o materialismo e destrói o que temos de mais belo: a convivência familiar, a construção de lembranças preciosas.

Amar a família inclui sustentá-la em suas necessidades, prover o estudo dos filhos, garantir alimentação e lazer.

dar-lhe suporte emocional, psicológico. É preciso falar com os filhos, conhecê-los, sondar o que pensam, refletir sobre o que fazem.

Substituir a presença do amor pelo presente é muito diferente.

Será que não seria mais saudável, "tirar um tempinho" e conversar em família, trocar experiências, orientar, estimular atividades familiares? dizer verdadeiramente eu te amo!!!

Será que não está na hora de parar e refletir:

Estou amando ou comprando minha família?



Sandra Rizo

Fonte: http://wwwsandrarizo.blogspot.com/2010/05/amar-ou-comprar.html


Tenho que amá-la de todo o meu entendimento e coração e fazer segundo a Palavra do Senhor:
"Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido." Provérbios 12:1
"O filho sábio ouve a instrução do pai, mas o escarnecedor não atende à repreensão." Provérbios 13:1
 
Marcia Tanaka de Queiroga